terça-feira, 30 de dezembro de 2008

E lá se vai 2008

Caramba! Quando eu fechar os olhos hoje à noite vou acordar no último dia do ano! Novidade? Nenhuma. Só uma tentativa de retrospectiva de tudo o que passei na incassável tentativa de fazer coberturas diárias sobre segurança pública no Rio de Janeiro. O dia a dia é tão corrido que se parar para pensar vou ter que demorar muito para lembrar os grandes casos. Foi o ano da morte do João Roberto, da menina Eloah, essa em São Paulo, da Isabela Nardoni de São Paulo...Enquanto em São Paulo a criminalidade crescia, eu por aqui tentava imaginar que o Rio de Janeiro continuava lindo, ou pelo menos tentava até acontecer o primeiro arrastão da Linha Vermelha e a primeira troca de tiros na Vila Cruzeiro que ficou famosa mundialmente devido aos confrontos diários e ao desfile, também diário de " caveirões" por suas ruas. Enterros tristes? Foram quase semanais. Em uma semana do ano foram diários. Cada dia uma vítima de violência diferente.

Mais uma vez fechamos um ano vendo que colegas que tentaram exercer a profissão de jornalitas foram massacrados e torturados por " homens" que se diziam da lei. Como aconteceu com Tim Lopes, tentaram calar a voz da imprensa. Ainda bem que com tudo isso os governantes "deram uma resposta". Mas ainda falta muito para nós jornalistas circularmos livremente por esses espaços e guetos.

Policiais foram baleados, alguns morreram. Pais de família e homens de bens foram mortos, arrastados por traficantes. A paisagem da então "Cidade Maravilhosa" durante todo o ano de 2008 ficou pintada de preto. O preto do uniforme das polícias ocuparam ruas, becos e favelas em operações policiais. Apesar do trabalho, da ralação, também foi divertido encontrar com os colegas durante incursões da polícia entre outras pautinhas de segurança . Tivemos que aturar delegados malas, aborrecidos que não passam informações, mas também convivemos com policiais boa praça que ajudaram a imprensa.

Enfim, às vésperas de 2009 , fecho o livro de matérias de 2008 e torço para um ano com mais harmonia. Com desejos sim, de cobrir segurança pública , mas com notícias satisfatórias como a matéria que fiz desfilando no Morro Dona Marta sem tráfico. Está acabando, virei a página e com esperança. Feliz 2009.

domingo, 23 de novembro de 2008

Verbos

Conjugar verbos em favelas e comunidades está ficando a coisa mais difícil do mundo. Aliás nunca foi fácil. De tanto andar nesses locais vivo me policiando para não dizer, sem querer, uma barbaridade digna de assassinar o português. Foi assim na semana passada quando ouvi um 'EU TAVO" . Caramba! Se o Sérgio Nogueira ouvir uma coisa dessas ele vai mudar de profissão. Vai virar professor de matemática. E eu, coitada da pobre jornalista que vos fala, fiquei com dores no ouvido depois desse sonoro verbo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

E o dicionário está crescendo!

Essa foi ouvida pelo nosso coleguinha Sérgio Costa da Band:

Uma mulher disse a ele que não suportava mais ouvir palavras de BAIXO GALÃO.......esses palavrões devem ser muito cabeludos para ser de baixo galão.....

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Essa máxima que segue faz parte de um bilhete deixado por bandidos que assaltaram uma agência bancária em Três Lagoas (MS) e levaram cerca de R$ 160 mil . Com esse português aí eles deveriam ter devolver o dinheiro :

“cem arma, cem drogas, cem violência – agradeçemos a preferencia e acima de tudo nossa percistencia – é nois (sic)”.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mais uma do dicionário dus pessual tudo

Tiros REMETENTES : foi ouvida por um policial em uma favela carioca. Na verdade são tiros INTERMITENTES feitos durantes confrontos.

Os MIBS - homens de preto, especificamente policiais da Core quando sobem o morro. " Vem aí os MIBS"

Funk da Operação Policial

Essa é uma homenagem para todos os colegas que diariamente correm juntos em operações policiais pelas favelas do Rio. Detalhe, a letra foi feita por mim e pela coleguinha Silvana Maciel durante mais uma operação da polícia.

FUNK DA OPERAÇÃO
MC s .40 (Ana Claudia Costa e Silvana Maciel - as quarentonas da imprensa)

(começa com a voz do Paulo Roberto( chefe de reportagem da Rio do Globo no nextel assim: Ana,Ana , na escuta? Ana tá em qap?)


7H DA MANHÃ CHEGO NA REDAÇÃO
E O CHEFE JÁ VAI GRITANDO
VAMOS, CORRE,
É OPERAÇÃO!!!
OPERAÇÃO, OPERAÇÃO, É MAIS UMA OPERAÇÃO

(SOBE SOM DE TIROS)

A POLÍCIA NO CAJU
É LÁ A CONCENTRAÇÃO
EU NÃO SEI ONDE É
SÓ SEI DIZER
É OPERAÇÃO....
OPERAÇÃO , OPERAÇÃO

PODE SER LÁ NA ROCINHA
PODE SER LÁ NO BOREL
DESCOBRI QUE É NO ALEMÃO
VAMOS LÁ É OPERAÇÃO

VAMOS LÁ BOTAR O COLETE
VEM AÍ O CAVEIRÃO
VOU PEGAR O MEU BLINDADO
É MAIS UMA OPERAÇÃO

OS POLICIAIS ESTÃO DE PRETO
COM OS SEUS "BICOS" NA MÃO
O TIRO TÁ COMENDO SOLTO
NESSA TROCA ENTRO NÃO
É MUITO MAIS PERIGOSO
PREFIRO FICAR NA CONTENÇÃO

TEM POLÍCIA, TEM REPÓRTER, FOTOGRÁFO E CINEGRAFISTA
TODO MUNDO CORRE JUNTO
TODO MUNDO ESTÁ NA PISTA
SE PROTEGER É A SOLUÇÃO
PARA MAIS UMA OPERAÇÃO

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mais uma do dicionário dus pessual tudo

VERBOS_ "us pessual tudo" estão inovando mesmo a gramática. Arrumaram até um tempo de verbo inspirado no idioma japonês. É um único e sempre com terminação em "NO" . Conjuga-se assim:

comeNO, correNO, pagaNO, brincaNO, e por aí vai. Se fosse operador de telemarketing então us pessual iam inovar o serviço: "Estarei te transferiNO, senhor fica esperaNO
Clássica no jornalismo policial de hoje em dia:


meliça - milícia Ex: us cara da meliça não dão mole para ninguém

covargia_ ah! isso é covardia

seje e esteje: esses verbos (nossa....rs) conjugadosjá vi até gente com nível superior falando

Essa ouvi hoje durante uma apreensão da DRFC em São Cristóvão: uma senhora muito educada, querendo saber onde era a delegacia, na Pavuna, lembrou e soltou a seguinte pérola: AH TO LEMBRADA . JÁ FUI EM UM SURRASCO COM US PESSUAL LÁ

Plantão

De acordo com o Aurélio plantão quer dizer:Serviço noturno ou em dia ou horas normalmente sem expediente em redações de jornais, hospitais, fábricas.

De plantão: À espera.

No Houaiss:

Serviço noturno ou em horas normalmente sem expediente em hospital, farmácia, fábrica, redação de jornal etc. Militar de serviço junto a um oficial superior, que fica plantado, para cumprir ordens; sentinela fixa, sem armas.

Bom, na prática, no dia a dia do repórter policial as coisas não acontecem assim, não necessariamente nessa ordem. Plantão de coleguinhas quer dizer : horas a fio na porta de delegacias, hospitais, batalhões de polícia, entrada de favelas, porta da casa de investigados, vítimas, etc e.........quase sempre sem sucesso. A dura rotina do plantão do caso fulano de tal poderia até virar um martírio para os nobres "coleguinhas" mas, escolada de plantão do jeito que estou, já vi de tudo.

Plantão de coleguinhas, seja em qual caso for é atípico: jornalistas sentados no chão, alguns agora com laptops no colo, gravadores, microfones, blocos, canetas, etc. E haja história para contar. Nas horas que nunca passam a criatividade do pobre do repórter que quer conseguir uma linha de novidade para o tal " badalado caso do momento", não faltam receitas de bolo, de uma comidinha light nova, atitude dos filhos, maridos e esposas e, muitos causos de antigamente sempre lembrando coleguinhas que cometeram algum mico. Não falta quem saque da bolsa uma lixa de unhas ou algo parecido. Nessas horas, na falta de notícia a única coisa séria é que quando falta assunto é sinal que o plantão já está um saco. Mais chato ainda quando o nobre coleguinha que trabalha pela manhã passa horas a fio na porta de alguma delegacia ou algo parecido e ...........a notícia só acontece à tarde, quando sua rendição ( palavra quase escassa no jargão das chefias) chega.

Plantão que é plantão chama a atenção de curiosos. Jornalistas parecem animais em zoológico. Todos param para observar e fazer aquela perguntinha básica: o que está acontecendo aí? Mataram quem? Dá vontade de dizer que mataram a Xuxa.

Jornais e livros também quase já perderam a sua popularidade nos plantões. Todos se confraternizam nessas horas até porque a leitura deixa o ser meio que isolado. Então nesses plantões vale de tudo: oferecer chicletes, pedir lanche no Mac Donald´s quando o plantão passa pelo horário do almoço. Comer sentado na calçada e ainda por cima ouvir a cara amarrada do delegado, ou outro qualquer persnogem dizer que NÃO PODEMOS FICAR NAQUELE LUGAR. QUE NÃO PODEMOS SENTAR EM DETERMINADO ESPAÇO E PEDIR PARA NOS RETIRARMOS. O único problema é que até cachorro entra nesses locais menos o pobre do jornalista.

Enfim acho que depois de tanto lamento deixo aos nobres colegas a seguinte sugestão: adicionar aos dicionários à explicação de plantão que em caso de jornalista signfica sofrimento, horas a fio sem notícia, sem resposta nenhuma e foras homéricos de fontes. Mas como todo jornalista tem talento para se sair bem em qualquer situação, plantão também significa diversão, confraternização e muitos, mas muitos causos para contar.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Maldição do Jornalista

Essa é muito antiga mas acabo de receber novamente no email. O único problema é que tal maldição é completamente atual principalmente em se tratando de repórter de polícia . Quem não se sentiu assim pelo menos uma vez que atire a primeira pedra.

"A Maldição do Jornalista"

Conta a lenda que, quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre como ser jornalista determinou que aquele "saber" ficaria restrito a um grupo muito pequeno e selecionado. Mas neste pequeno grupo, onde todos se achavam "semi-deuses", já havia aquele que iria trair as determinações divinas. Então, aconteceu o pior!!! Deus, bravo com a traição resolveu fazer valer alguns mandamentos:

1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º Não verás teu filho crescer.

3º Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais, terás úlcera.

5º A pressa será teu único amigo e as suas refeições principaisserão os lanches, as pizzas e o China in Box.

6º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5anos de trabalho.

8º Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.

9º Trabalho será teu assunto preferido; talvez o único.

10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, acafeína não te farás mais efeito.

11º Terás sonhos, com matérias, e não raro, resolverás problemas detrabalho neste período de sono.

12º Exibirás olheiras como troféus de guerra.

13º E o pior: inexplicavelmente, gostarás de tudo isso...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

COMENDO NA RUA

Que repórter rala e muito, isso não é novidade. Mas no dia a dia da ralação, repórter que também é gente e precisa comer, sempre acaba dando um jeitinho. Entre um plantão e outro, uma entrevista e outra, um tiroteio e uma operação e outra, acha lugares inusitados onde nenhum cidadão comum pararia para comer. E o pior, ou o melhor, é que se algum crítico ou repórter de gastronomia freqüentasse esses lugares, eles iriam provar e aprovar até o mais simples "Prato Feito". Começo então aqui a postar o circuitão gastronômico de quem trabalha na rua. Se alguém lembrar de mais algum lugar onde a comida, o salgadinho ou petisto não podem cair no esquecimento, não deixem de postar as sugestões. Também não posso esquecer de citar que esses endereços não servem para o grande " Bartô" do Jornal O Dia. Bartô não come, não almoça nunca. Só come biscoitos e pão. Claro que mais tarde vale um tópico só para o circuito biscoito de Bartolomeu Brito. Abaixo alguns que lembrei:

Feijoada da Vila Cruzeiro-
Depois de passar dois meses indo todos os dias para a Vila Cruzeiro ou Complexo do Alemão, não tinha como esquecer da feijoada do BAr do Fernando, feita pela Dona Lúcia, na Vila Cruzeiro. Com apenas R$ 3,50 pode-se comer uma feijoada maravilhosa, inclusive com carnes nobres.

Comida a quilo no bar de cadeiras amarelas na Vila Cruzeiro - Esse bar com comida a quilo caseira e honesta virou praticamente uma sala de imprensa. Tinha coleguinha ligando até laptop lá para transmitir foto enquanto almoçava.

Pensão pé sujo no meio da rua perto da 22 DP (Penha) - essa pensão pé sujo de comida muito honesta e limpa virou também banquete para os nobre coleguinhas que ficam horas esperando a matéria na porta da delegacia.

Empada ao lado da delegacia de São Cristóvão -
É a melhor empada de camarão que já comi. Cobertura de ocorrências na 17DP significa dar uma passada no boteco ao lado e comer a empadinha da portuguesa que é uma delícia.

Pastel da feira do Leme -
Na cobertura da guerra do Chapéu Mangueira, o pastel ficou famoso entre os coleguinhas. É na feira do Leme. Imperdível. Quem vai lá come pastel, bolinho de aipim e ainda escuta depoimentos de moradores sobre a guerra na favela, em off claro.

Pastel do Jacarezinho -
Na birosca na entrada da favela, pela Avenida Suburbana. Pastel de carne maravilhoso. Aliás cobertura de favela sem birosca com pastel não existe.

Picanha de Duque de Caxias-
Fica na Washington Luiz. Picanha bem servida onde o dono pergunta até se a imprensa quer mais e isso sem cobra extra.

Mega Mate da Rocinha
Bom esse não tem nada de diferente para comer além do pão de queijo mas virou unanimidade entre a imprensa quando vai à Rocinha.

Barraca do Aconchego da Feira dos Paraíbas-
Hábito meu e de meus colegas de plantão de fim de semana. Tem uma carne de sol com aipim maravilhosa e barata.

Picanha do Vidigal -
Churrasco a quilo, na ladeira, na subida da favela. Picanha bem cortada e deliciosa. Os acompanhamentos também são gostosos, bem feitos e sem muita gordura.

Bifão da Cadeg -
É um dos melhores e mais bem servidos que já comi. Um bifão com fritas que dá para dois com folga. Sem contar o cozido das quintas-feiras que também é uma delícia e dá para três.

Tia Maria na Barra-
Parada obrigatória de quases todos os colegas de imprensa que por um acaso vão fazer matéria na Barra da Tijuca. Fica em frente à dp da Barra. Prato comercial super em conta e a Tia Maria conhece quase todos que lá param para comer

Conforme eu for lembrando vou postando aqui.

Mais palavras para o dicionário dus pessual tudo

Depressada- creio que seja estressada. Uma senhora falou isso certa vez para uma repórter.

Aqui em Vigário não Have nem Haveu guerra nenhuma - da população de Vigário Geral para a imprensa quando todos perguntavam da guerra entre Vigário e Lucas

Flóquios - " nós estamos cheios de flóquios da dengue aqui" - de um morador da Baixada para uma repórter da Rádio Tupi

Interrogamento - do advogado de um dos militares do Exército acusado de entregar jovens da Providência ao tráfico na M ineira- "Temos que esperar acabar o interrogamento dele"


Típica de festinha de criança dus pessual das comunidade : "Coma o bolo garoto! Só tá comendo o 'gracê'!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Repórter e Mãe

Depois da brincadeira, da descontração de quem cobre o dia a dia da reportagem de segurança pública no Rio, esbarrei ontem em uma questão que juro, me deixou muito abalada.

Como repórter há 18 anos, juro que já vi muita coisa no dia a dia das tragédias que semprem enchem as páginas dos jornais e os noticiários de televisão. Algumas mais comoventes, outras não, mas como o hábito faz o monge, aprendi a ser fria, separar o trabalho da vida pessoal e "desligar o botão" quando chego em casa depois de mais uma cobertura de tragédia onde não faltam mortos, vítimas da violência urbana no Rio de Janeiro. Depois de tanto tempo de trabalho, duas coisas me comovem e me tiram do sério, me fazendo parar para pensar: a violência com idosos e com crianças. Foi assim quando eu cobri o caso Santa Genoveva e muitos outros.

Dessa vez, ao chegar ao jornal para trabalhar na segunda-feira, me deparo com uma notícia horrível no jornal: um menino de 3 anos, vítima de uma imprudência e do despreparo policial. O pior é que eu estava na apuração e ouvi no rádio que o menino, que tinha o Homem Aranha como herói, estava morto. Foi constatada a morte cerebral. Um João, mais um João, como foi o João Hélio, esse último nas mãos de bandidos cruéis que o arrastaram. E dessa vez? O João, era o João Roberto, que vinha com sua mãe de uma festa infantil. Coincidência? Ele também estava no carro com a mãe. Mas não tinha bandidos, não tinha assalto. O que aconteceu ali foi uma ação dos "homens da lei". Dos caras que meus impostos pagam os salários deles. Pagos para me proteger , para proteger aquela mãe que voltava para casa com suas crianças.

Mais uma vez, depois do João Hélio, cuja cobertura jornalística, graças a Deus não fiz, porque não iria aguentar, uma outra mãe perdia o seu filho. Sou jornalista, vivo cobrindo tragédias, mas também sou mãe. Me coloco no lugar dessa mãe, que na angústia de ver os policiais pararem de atirar, jogou pela janela de seu carro a bolsa de bebê. Eu também me senti um pouco a mãe do João Roberto. Vi a cena dela chorando no caixão, o pai desesperado e............chorei. Como fica essa mãe que teve arrancado do seu convívio o sorriso lindo que hoje (dia 08/08) estampou todas as primeiras páginas dos jornais. Como fica essa mãe? Aceita simplesmente o pedido de "desculpas" do secretário de Segurança? OU ouve passivamente a PM dizer que os policiais militares agiram de forma imprudente. Que fizeram uma "merda".

A Alessandra, como a mãe do João Hélio, nunca mais vão ouvir aquele grito gostoso de seus filhos gritando "MANHê", estou com sede, "MANHê", estou com medo, me cobre? EStou com frio. Agora paro e olho para minha filha. Está dormindo. Vai acordar e dizer " bom trabalho Mãe". E eu vou para a rua fazer minhas matérias e cobrir a tragédia diária que impossibilita essas mães de ouvir o "EU TE AMO" mais maravilhoso do mundo que é o de seus filhos. Acho que mesmo trabalhando, não teria coragem de olhar nos olhos dessas mães. Ou talvez iria abraçá-las e chorar junto.

Enfim, até quando? Será que a situação vai continuar assim e eu vou ter que fazer coberturas como essas? Será que nossos governantes, secretários de Segurança Pública, chefes de Polícia Civil e Comandantes da PM vão continuar a agir assim? A simplesmente pedir "desculpas" e é a vida que segue até acontecer a próxima vítima? Gente! Autoridades! Parem! Pensem! Esse é o desabafo de uma repórter de polícia sim, mas acima de tudo uma MÃE.
Da coleguinha Cristiane de Cassia, que também é habituée dus pessual tudo....

Simpático na favela não é simplesmente um cara bacana, simpático é o protegido do chefão do movimento.

domingo, 6 de julho de 2008

Da linguagem da PM

miliante - bandido

vou proceder um breve rf - vou almoçar

lograr êxito_ essa é o máximo!!!!!!!
Agora vou só acrescentando as sugestões dos amigos e coleguinhas para engrossar meu dicionário. Então vamos lá com os palpites do Marcelo


cerveja no canil - cerveja no cantil ( essa foi a máxima que ouvi de moradores do Morro da Providência dizendo que militares do Exército entravam nas biroscas compravam cerveja e colocavam no "canil" para beber.

puliça- essa é antiga mas esqueci de postar

sábado, 5 de julho de 2008

Dicionário dus Pessual Tudo

Bom demorei mas resolvi inaugurar esse blog com um dicionário das coisas que ouço diariamente nas minhas andanças pelas favelas do Rio. É sério. Erros de português e linguagem para mais do que popular fazem parte do dia a dia dessas pessoas. Muitos dos jargões viraram gíria e ultrapassaram as fronteiras das favelas e são utilizados até mesmo no asfalto. Vou começar pelas pérolas depois vou ao dicionário de jargões policiais e etc.

Dicionário;

Us pessual tudo- Todo mundo junto, todos

potresto - protesto

jurtiça - justiça

repórti - repórter

repórtem - plural de repórter

os mídia- cinegrafistas

manifestamento - manifestação

us pessual da Bope - policiais militares do Bope

us verme - policiais

ratos - jornalistas

brindado - carro blindado da polícia

Bom conforme eu vou lembrando vou postando aqui no dicionário dus Pessual Tudo